Instituição Câmara Municipal teve origem na Antiga Roma, onde o vereador, chamado edil, era o funcionário responsável pela garantia e observância do bem comum. No Brasil, as Câmaras foram introduzidas pelos colonizadores portugueses, é o órgão legislativo da administração dos municípios, configura-se como assembléia de representantes dos cidadãos ali residentes.
Para melhor entender a história da Câmara Municipal de Tibau do Sul se faz necessário conhecer também a história do município. Primeiro vila, depois distrito e em 3 de abril de 1963, desmembrando-se do município de Goianinha, Tibau do Sul ganhou autonomia política e tornou-se, por meio da Lei nº2863, município do Rio Grande do Norte. Como a Lei fora publicada no dia seguinte, comemora-se também no dia 4 de abril de 1963.
O trabalho de organizar o recém criado município de Tibau do Sul ficou na responsabilidade do senhor Ulisses Galvão Tavares, nomeado naquela época prefeito interino. Coube à ele, o dever de gerir o recurso de 300 mil cruzeiros para a realização da instalação do novo município. Logo em seguida, começou o período eleitoral para que a população escolhesse o primeiro prefeito eleito da cidade. Estando eleito, ele tomaria posse em 1964 ano seguinte a criação do município.
O processo de criação do município de Tibau do Sul estivera envolta de uma polêmica marcada pela disputa envolvendo duas das principais lideranças política da época. Quem conta essa história é José Odécio Rodrigues, uma das personalidades mais relevantes da história de Tibau do Sul. José Odécio, foi o quinto prefeito do município. Teve como marca da sua gestão, a construção da estrada RN 003 que liga o município de Tibau do Sul à Goianinha. No parlamento, Zé Odécio exerceu o mandato de vereador por 4 legislaturas, fez parte da composição da primeira Câmara de Tibau do Sul e exerceu também a presidência.
Voltando a história da disputa, José Odécio recorda-se que o distrito de Tibau era esquecido pelos políticos e administradores de Goianinha. Na temporada dos veraneios, a preferência deles ficava evidente na escolha pela Praia da Pipa, principalmente depois da enchente. Segundo o ex-prefeito, os políticos preferiam e viam com melhores olhos o distrito de Piau. Por essa razão, optaram por escolher Piau como sede do novo município e daí por começou a disputa.
Desse lado da disputa o deputado estadual filho de Goianinha, Paulo Barbalho, queria que a sede do novo município fosse em Piau. Do outro, querendo que a sede fosse no distrito de Tibau do Sul, estava Hélio Galvão, um dos principais assessores do governador Aluísio Alves. No meio da disputa, desaparece misteriosamente na Assembléia do Estado, o processo de formação de Tibau do Sul como novo município do Rio Grande do Norte. Este fato, segundo informações de José Odécio, foi atribuído a grande influência do deputado Paulo Barbalho pelo seu desejo de criar o município de Piau.
A partir daí, Hélio Galvão conseguiu juntamente com o presidente da Assembléia da época, Teodorico Bezerra, preparar um novo projeto que fora apresentado pelo deputado do oeste potiguar, Valmir Targino. A Lei foi aprovada e sancionada, mas não foi capaz de acabar com aquele disputa entre Hélio e Paulo que continuou. Zé Odécio conta que a insistência de Paulo Barbalho permaneceu e já próximo do dia das eleições municipais em Tibau do Sul, o distrito de Piau também é alçado a categoria de município e até contou com a nomeação de um prefeito interino. O fato, único na história do Rio Grande do Norte, durou até o ano de 1964 quando o município de Piau foi novamente incorporado ao município de Tibau do Sul.